Pais de alunos veem à peça Marcas na Infância na E. Beatriz Blather

No último sábado (dia 8) cerca de 300 pais de alunos da EMEB Beatriz Blather Pupo assistiram à peça “Marcas da Infância”, do Projeto Eu Tenho Voz do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), que visa orientar jovens e educadores sobre como evitar o abuso sexual, a violência e o bullying, práticas que registraram um recorde de mais de 140 denúncias em apenas seis apresentações em Jundiaí.

A apresentação para pais foi uma iniciativa da Secretaria da Educação de Jundiaí, após a apresentação do Projeto em seis escolas do Município, e o número significativo de denúncias de abuso sexual, físico e psicológico colhidas pelas voluntárias do Projeto.

A idealizadora, coordenadora do projeto e 1ª vice-presidente do IPAM, juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, fez um alerta aos pais.  “Nas apresentações para seus filhos, orientamos que em caso de violência sexual eles devem buscar falar com uma pessoa de confiança. Indicamos Professores, Juízes e Promotores da Infância e Juventude, Conselheiros Tutelares, Policiais, Funcionários da Saúde e da Educação, que são profissionais que trabalham, e muito, pela proteção das nossas crianças.  Mas os primeiros que deveriam gozar da confiança de seus filhos são vocês, os pais.  Acontece que muitas vezes eles não contam o que está acontecendo para seus pais porque tem medo das suas reações. Muitas vezes agimos com violência com os nossos filhos, mas bater não é educar. Se você quer que se seu filho confie em você, ele não pode te temer. Ele tem que saber que você está do lado dele, que acredita nele e vai apoiá-lo e protegê-lo. Todas as vezes que você reage com violência, ensina seu filho a ser violento. Nos dias de hoje não há mais espaço para se agredir uma criança, a pretexto de educar”.

Em seguida a juíza explicou como identificar quando a criança e o adolescente estão sofrendo algum tipo de abuso ou violência. “Primeiro ocorre uma mudança de comportamento. A criança que é feliz começa a ficar triste. Ou a criança que é mais introvertida começa a ficar mais agressiva. Não necessariamente a criança pode estar sofrendo abuso sexual, mas pode ser bullying ou outro tipo de agressão. Então é muito importante conversar para identificar o problema”.

Segundo Hertha Helena, quando a criança é vítima de abuso sexual, “há uma mudança no rendimento das atividades escolares. Outro sinal, atividade precoce sexual incompatível com a idade da criança. Além disso pode começar a reter as fezes e ter problemas com a urina, como fazer xixi na cama”.

A juíza também pediu para que os pais ouçam seus filhos com atenção. “Nossos filhos têm medo e dificuldades de nos contar o que está acontecendo porque muitas vezes não querem criar problemas. Mas uma criança não inventa que sofreu abuso sexual. Se algum dia seu filho chegar para você e contar que aconteceu alguma coisa assim, acreditem porque é verdade, ele não está inventando. E o que é mais importante é que vocês, que são as pessoas de confiança, acreditem”.

Por fim, Hertha Helena agradeceu a presença de todos. “Quero agradecer a presença maciça dos pais, dos profissionais da Secretaria da Educação e da escola e toda a rede de apoio e  proteção do Município. Vocês estão trabalhando unidos e são muito felizes por ter em uma comunidade como essa, porque eu tenho certeza que todos nós vamos trabalhar para que o mundo dos nossos filhos seja consciente e feliz. Quem sabe consigamos deixar esse legado para os nossos filhos, um mundo de paz”.

 

 

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