Eu Tenho Voz na Rede capacita vice-diretores de escolas de Guarulhos

Nesta quinta-feira (2) uma capacitação do Eu Tenho Voz na Rede foi apresentada pela idealizadora do projeto e 2ª vice-presidente do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, para cerca de 100 vice-diretores de escolas públicas do município de Guarulhos. A capacitação vem sendo desenvolvida em conjunto com a Secretaria de Educação do município, no programa “Formação em EAD: Violência Intrafamiliar – contra crianças e adolescentes em tempos de pandemia e a importância da Rede de Proteção Integral”.

“Esse é o penúltimo encontro e o desdobramento da rede inter setorial da Rede de Proteção de Guarulhos com o objetivo de sensibilizar, e mais do que isso, mostrar a importância de como o vice-diretor é uma referência dentro da escola, junto com os professores e os coordenadores pedagógicos no sentido de ouvir e proteger os alunos contra qualquer tipo de violência. Essa capacitação faz parte do programa social Guarulhos, cidade que protege”, disse Giselle Cristina Andrade Salazar, tutora e coordenadora de Programas Educacionais da Secretaria de Educação de Guarulhos. Também fazem parte do programa as tutoras Claudia Simone Ferreira Lucena, Lucília Ribeiro, Maria Iraldina e Marli Penteado.

“Guarulhos tem uma tradição muito forte na educação, e os profissionais da Secretaria de Educação e do programa Guarulhos, cidade que protege são totalmente comprometidos com as crianças desde a nossa primeira capacitação do Eu Tenho Voz, ainda presencial. Essa capacitação é mais um passo para se concretizar as ações do IPAM em parceria com a educação no município”, disse a juíza Hertha Helena de Oliveira.

Durante o encontro os vice-diretores foram sensibilizados e informados sobre a violência e o abuso sexual contra crianças e adolescente por meio da apresentação das narrativas em vídeo, produzidas com esse objetivo pela Cia NarrAr Histórias Teatralizada: “A Fada e a Sombra”, voltada a conscientizar crianças a partir de 6 anos; “A Menina Invisível” e “Turbulência”, para crianças a partir dos 9 anos e “História de Marias”, para crianças e adolescentes do ensino médio.

“Essas histórias são histórias reais que atendemos em nossas apresentações presenciais desde que o projeto foi criado em 2016. A violência é muito difícil ocorrer sem que ninguém perceba que tem algo errado acontecendo. Na verdade, as pessoas não querem se envolver e ter um posicionamento. E se a família não se demonstrar protetiva para a criança, outras medidas precisam ser tomadas pela escola. O fundamental a dizer ao educador é que jamais será responsabilizado pela ação de denunciar o abuso contra a criança, porque se está cumprindo com um dever moral e legal, mas é preciso que saiba que será responsabilizado caso se omita”, orientou a juíza do IPAM.

A psicóloga Beatriz Braga Lorenzini, do Centro de Referência às Vítimas de Violência (CNRVV), e voluntária do projeto, disse que “não é possível resolver a questão da violência e do abuso sexual sozinho, os profissionais da educação precisam se articular em redes de proteção. Os que estão entrando agora na capacitação, precisam se conectar com os profissionais que há muito tempo trabalham com esse tema e tem experiência, o que fortalece a rede de proteção”.

Teresa Cristina Della Monica Kodama, artista plástica e procuradora aposentada do Estado de São Paulo, voluntária do projeto, acrescentou: “desde a primeira apresentação, em 2016, na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, pudemos perceber que as crianças ficaram muito à vontade para fazer denúncias para seus professores. Podemos fazer um trabalho grandioso atingindo não só as crianças como também minimizar a situação de violência das famílias”.

A juíza Hertha Helena fez ainda algumas orientações de como encaminhar a denúncia de um abuso sexual e ter o retorno de como o caso foi solucionado. “O melhor caminho é fazer contato com a juíza da Vara de Infância e Juventude para que oriente o Conselho Tutelar, mantendo o sigilo externo, mas os partícipes da rede de proteção precisam saber o que está acontecendo e ter o retorno de como o caso foi encaminhado. Agora se a escola sentir dificuldade no retorno do Conselho Tutelar, a sugestão é solicitar uma reunião com o Ministério Público para articular esse encontro, o que fará com a escola se sinta segura do que está ocorrendo”, concluiu.

Por fim a tutora Claudia Lucena orientou os vice-diretores presentes que se algum retorno não tenha sido dado pelo Conselho Tutelar, de denúncia formalizada por alguma escola, para que a comunicação dos fluxos do processo sejam encaminhadas para o email: formadiversidade@gmail.com, ou ainda que a escola entrasse em contato com a Secretaria de Educação de Guarulhos pelo fone: (11) 2475-7304. A última capacitação acontecerá em 16 de setembro.

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