Eu Tenho Voz é apresentado para mais de 600 jovens em Guarulhos
Mais de 600 jovens do ensino fundamental I da E.P.G. Manoel Rezende da Silva, em Guarulhos, acompanharam na última sexta-feira (12) a primeira apresentação do segundo semestre do Projeto Eu Tenho Voz, idealizado pelo Instituto Paulista de Magistrados (IPAM).
Os estudantes assistiram à peça “Marcas da Infância”, da Cia NarrAr Histórias Teatralizadas, criada especialmente para o projeto, e que conta histórias sobre violência física e sexual contra meninas e meninos de forma lúdica, realista e empática, permitindo que reflitam sobre a importância de não se calar e denunciar o abuso. Após a apresentação, a idealizadora e coordenadora do projeto, juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira (foto), 1ª vice-presidente do IPAM, se colocou à disposição dos alunos para ouvi-los e encaminhar as denúncias ao Ministério Público.
A juíza explica sempre aos alunos sobre a “síndrome do segredo”, que faz com que as vítimas de abuso sexual não denunciem seus agressores e salienta a importância de se fazer a denúncia. “Tratar da questão do abuso, explicar que o abusador não vai parar, que o que faz não é correto, e que é preciso pedir socorro e informar quais são os órgãos públicos e organizações onde se pode fazer uma denúncia é fundamental quando a violência tem só aumentado, principalmente contra meninas. Hoje 70% dos casos de abuso sexual são contra meninas”.
Após a apresentação, a coordenadora do projeto recebeu cinco denúncias de violência e abuso sexual que serão encaminhadas para a Vara da Infância e Juventude de Guarulhos e Ministério Público para que as devidas providências sejam tomadas e os jovens afastados de seus agressores. Mais quatro escolas do município receberão o projeto.
Números
No primeiro semestre o IPAM recebeu 144 denúncias de abuso sexual, violência doméstica e bullying contra crianças e adolescentes em seis apresentações presenciais do Projeto Eu Tenho Voz, realizadas nos dias 23, 24 e 30 de junho, 1, 7 e 8 de julho, com 3.515 crianças de 116 turmas de alunos de seis escolas do Ensino Fundamental I e II da rede pública de ensino de Jundiaí. Foram registrados 45 casos de abuso sexual, 58 de violência doméstica, 36 de situações de conflitos graves entre familiares e 5 casos de bullying.