Vídeo narrativa do Projeto Eu Tenho Voz recebe segunda premiação

A vídeo narrativa “História de Marias”, da série “Marcas da Infância: Vozes na Nuvem”, criada pela Cia NarrAr Histórias Teatralizadas especialmente para o Projeto Eu Tenho Voz Na Rede, do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), ganhou um segundo prêmio em festivais de cinema,  desta vez com Patrícia Torres como melhor atriz na Mostra de Cinema da Casa em Casa. A vídeo narrativa já tinha ganho como melhor roteiro e dramaturgia na 1ª Mostra Picuá de Cinema e Literatura e já havia sido escolhida para participar também da 3ª edição do Festival Curta (C)errado.

“A atriz Patrícia Torres foi extremamente feliz na forma como abordou o tema da violência sexual porque conseguiu tratá-lo com tanta arte e poesia, apesar de ser tão pesado, triste e urgente. Ela tornou essa vídeo narrativa leve mas de uma forma em que todos, ao assistirem, conseguem se enxergar na História de tantas Marias”, diz Hertha Helena de Oliveira, 2ª vice-presidente do IPAM, idealizadora e coordenadora do projeto.

Segundo a juíza, “o segundo prêmio foi mais do que merecido, porque História de Marias foi criada com um objetivo específico, o de exatamente abordar a violência sexual contra crianças e adolescentes e abrir caminho, por meio da arte, de levar essa mensagem que é a de buscar socorro, pedir ajuda, quebrar o silêncio e, principalmente, a de que nós acreditamos no que elas nos contam e vamos trabalhar para ajudar a resolver essa violência que as envolve nesse momento. O prêmio de melhor atuação vem em um momento ímpar, porque a narrativa foi construída pela Patrícia, com muita sensibilidade, para abordar a violência geracional, e mostrar como a violência passada de geração a geração faz com que todos se tornem cegos ao que está ocorrendo e de alguma forma acabem compactuando com a perpetuação dessa violência”.

Para Hertha Helena, a parceria com a NarrAr, foi fundamental para o projeto. “Eu fiquei muito feliz acima de tudo de ter artistas como Patrícia Torres, Vânia Lima, Fabrício Zavanella e a Daniela Cavagis atuando em parceria com o IPAM no Projeto Eu Tenho Voz porque sem a arte nós não teríamos como atingir o coração de todos aqueles que são envolvidos em nossas apresentações. Não só as crianças, mas também dos coordenadores, professores, serventes, que muitas vezes também foram vítimas dessa violência geracional e que de alguma forma têm a possibilidade de prevenir e impedir que esse ciclo de violência tenha continuidade”, concluiu.

A atriz Patrícia Torres, que é também professora da rede municipal de ensino no Estado de São Paulo, comentou da felicidade de ter recebido o segundo prêmio, agora com a melhor atuação: “Fiquei extremamente feliz porque o projeto passou por uma banca de cineastas, um juri de pessoas competentes na área de cinema, para me dar esse prêmio de melhor atuação. É um fortalecimento da nossa arte e do nosso projeto. O prêmio de melhor atuação significa dar voz a muitas histórias de Marias, de personagens reais que encontramos no chão da escola pública que eu tanto acredito, um solo fértil para poder entrar com essa vídeo narrativa de mediação, prevenção e combate às violências”.

Para Patrícia, “receber essa premiação é uma certificação de que é possível conseguir levar mais luzes, vibrar em uma frequência mais alta e poder plantar um mundo mais justo, mais igualitário e sem violências. Eu desejo que  esse prêmio venha para fortalecer o nosso projeto com os nossos aprendizes, nossas sementes, que são as nossas crianças e adolescentes e que são, de fato, a construção do nosso futuro”.

O curta “Marcas da Infância: Vozes na Nuvem” é um instrumento de sensibilização que aborda o tema do abuso sexual infantil em linguagem adequada para as crianças. “O Instituto Paulista de Magistrados (IPAM) lançou o Projeto Eu Tenho Voz na Rede, como uma versão on-line do projeto Eu Tenho Voz, que já é realizado de forma presencial pelo Instituto desde 2016, e cujo objetivo é prevenir e combater o abuso sexual de crianças e adolescentes. A nova modalidade digital é uma variação e extensão do projeto original. Suas principais ações, antes realizadas presencialmente para o público alvo, foram adaptadas à nova realidade da pandemia da Covid-19, que obrigou todos os segmentos da sociedade a adaptar suas ações, diante da necessidade de distanciamento social provocado pela pandemia.

Curta “História de Marias”

Ficha técnica:

Idealização, direção cênica, texto e encenação: Patrícia Torres

Direção, captação, ilustração e montagem: Marcos Sassá

Produção Audiovisual: Shot Filmes

Parceria: Projeto Eu Tenho Voz |  https://www.eutenhovoz.com.br/

Sinopse: A dramaturgia é costura por muitas vozes das nossas crianças. Maria foi (é) abandonada pela mãe. Maria foi (é) violentada pelo namorado da avó. Maria foi (é) abusada pelo tio. Maria tinha (tem) um segredo sufocado. Maria sonhou (sonha) em morar no céu. Maria desenhou (desenha) seu braço com um instrumento afiado, tentando cortar as violências marcadas em seu corpo e sua alma. E a mãe da Maria? As mães das Marias? Também viveu (vivi) as violências. Maria! Marias, caíram em nossa rede de proteção acolhidas por professoras, juízas, psicólogas que pisam o chão da escola com Projeto Eu Tenho Voz.

Faixa etária: a partir dos 12 anos.

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