E.M.Prof. Tercilia B. Sanches Costa recebe Projeto Eu Tenho Voz na Rede
Nesta quinta-feira (16) o Projeto Eu Tenho Voz na Rede foi apresentado na escola E.M. Profª. Tercilia B. Sanches Costa, em Piracicaba, interior de São Paulo para cerca de 30 crianças, de 8 a 9 anos, de uma turma do 3º ano. Participaram das apresentações a diretora da escola, Eliane Pereira da Silva, a idealizadora e coordenadora do projeto e 2ª vice-presidente do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, a artista plástica e procuradora aposentada do Estado de São Paulo, Teresa Cristina Della Monica Kodama e a psicóloga do Centro de Referência às Vítimas de Violência (CNRVV), Beatriz Braga Lorencini.
Durante o encontro, com o objetivo de informar e sensibilizar as crianças sobre a violência e o abuso sexual, foram apresentadas duas narrativas em vídeo produzidas pela Cia NarrAr Histórias Teatralizadas, especialmente para o projeto. “A menina invisível” e “Turbulência”, interpretadas pelos atores Daniela Cavagis e Fabrício Zava, retratam situações de abuso sexual vividas por meninas e um menino.
Em seguida, a juíza Hertha orientou os alunos de como fazer uma denúncia de abuso sexual ou violência doméstica. “Ninguém pode mexer nas partes íntimas da gente sem a nossa autorização. Mas muitas vezes adultos, que têm problemas muito sérios, usam o corpo das crianças para satisfazer seus próprios prazeres, e isso é uma doença. As crianças se sentem mal com isso, mas percebem que isso não é certo”, disse.
Ainda alertou os alunos que “o adulto que abusa da criança sabe que isso é errado e vai repetir o que faz errado mais vezes. E se a criança, por outro lado, ficar em silêncio e não contar o que acontece porque o abusador faz ameaças, diz que vai fazer algo com a família dela e que se a criança contar ninguém vai acreditar, é mentira. Estamos aqui hoje para dizer que nós acreditamos em vocês. Juízes, promotores de justiça, delegados, conselheiros tutelares, professores e a diretora, nós acreditamos em vocês. Se tiverem passando por algum tipo de situação de violência, não só a sexual, mas física também, porque nossos pais nos baterem também não é certo fazer isso, peçam socorro”.
Já a procuradora Teresa Cristina Kodama reforçou que “ao acontecer um abuso ou uma situação de violência deve relatar para a professora, coordenadora, diretora, vizinha, amigos ou também pode ir ao Fórum de Piracicaba conversar com um defensor público. Todos nós merecemos a felicidade. Se vocês tiverem receio de denunciar, não deixem de fazer de uma forma anônima. Pode até fazer por meio de um desenho, por uma mensagem por whatsapp para uma pessoa que confiam, ou por email. Temos de ter muita garra, força e coragem e vocês têm voz”.
A psicóloga Beatriz Lorencini encerrou a apresentação dizendo, “se a alegria de viver de vocês não está em plenitude, é preciso buscar ajuda. O professor empresta o ouvido, a diretora empresta o ouvido e nós também estamos aqui para somar. Espero que vocês somem com a gente e será muito bom ouvi-los e fazer o encaminhamento das denúncias para que vocês sejam felizes”.
Para fazer a denúncia, a juíza Hertha ressaltou que todos os dados estão na cartilha que foi entregue aos alunos e indicou os Disque 100, 181 e 190 para fazer as denúncias, ou ainda por meio do hotsite do Projeto Eu Tenho Voz, no email: eutenhovoz@ipam.com.br ou no telefone (11) 3105-9290.